terça-feira, 30 de abril de 2013

Pós Quimio (30 dias)

Oi Gente, 

E a vida por aqui continua, normalzinha igual a vida da maioria das pessoas. Trabalhando, indo ao banco, estressando no trânsito, saindo de vez em quando...
Por dentro não sei como estou, imunidade, anemia, plaquetas, está fazendo um mês do último exame e o médico não pediu outro para agora, apenas o PET. Acredito que esteja tudo bem por dentro, já que não há necessidade de verificar por meio de hemograma. Por fora apenas duas coisas ainda relembram que fiz quimio há um mês, o cabelo que ainda cai e uma leve coceira no pulso e dedo, que era uma reação normal nas minhas pós quimios.
O meu PET está marcado para quinta feira, dia 02/05. Essa clínica costuma entregar o resultado rápido, geralmente no outro dia. Encontrar meu médico também não é complicado, então devo ter notícias desse novo exame na sexta 03/05 ou na segunda 06/05. Dessa vez não irei abrir o exame sozinha, não tenho coragem. Eu sempre abri todos os meus exames, mas dessa vez tenho medo de não entender algo e ficar desesperada sem motivo. Vou deixar o Dr ter a honra de tirar a etiqueta do envelope e me explicar o que está escrito lá.
Ontem eu comecei a fazer musculação na academia. Antes eu estava indo só pra aulas em grupo, mas agora serei uma marombeira, rs. Exercícios só para os membros inferiores, nenhum peso nos braços por causa do cateter. 
Aqui vai uma fotinha recente, tirada no dia 22/04, numa pizzaria no aniversário da minha amiga Regina. Na foto, eu, ela (no meio) e meu namorado. Vejam o cabelo, após dez meses e muita queda, eis que ainda tenho esse tanto de cabelo aí.




Bjos

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Um Novo Caminho*

" Receber notícia ruim sempre gera uma reação forte. E no caso da notícia ser o diagnóstico de um câncer, a reação é geralmente um, de dois extremos: ou o paciente começa a morrer naquele momento, ou começa no mesmo instante a se dedicar a viver ao máximo a vida que tem em mãos. "Quase sempre esse conhecimento de uma doença potencialmente fatal é o primeiro contato concreto com a morte. Não importa saber que todos irão morrer um dia; para o paciente com câncer, fica a ideia de que isso só acontecerá com ele, em virtude da doença. E daí parte o comportamento de viver uma vida no extremo - ou de aproveitar, ou de caminhar para o fim", explica a Dra. Maria Teresa Veit, coordenadora do Departamento e Comitê de Psicologia da ABRALE.


Segundo ela, a escolha de uma dessas atitudes é influenciada por diversos fatores, traços de personalidade, história de vida, perspectivas para o futuro, momento do diagnóstico na vida da pessoa, forma como lhe foi dado o diagnóstico, grau de conhecimento sobre possibilidades e prognósticos reais, natureza do tratamento prescrito. "Mas geralmente a primeira atitude é mesmo a de olhar para si, focar no que realmente interessa. Isso pode ser a cura em si e também outra realizações", completa. Infelizmente grande parte das pessoas precisa se deparar com situações limite para olhar melhor para o que está ao redor. Para avaliar se, de fato, vive uma vida confortável, ou se complica na rede de futilidades gerada por uma sociedade envolvida pela febre do consumo, que age muito e reflete pouco. Sinal dos tempos.


Naturalmente, o passo seguinte é conseguir se incluir entre as suas prioridades. " Temos alguns traços culturais, frutos de alguns arquétipos judaico-cristãos, que impedem o cuidado de si, dado que o consideram como um ato egoísta", diz a psicóloga, que acredita que essa dedicação a si mesmo num momento de doença deve ser feito por completo. "A doença é da pessoa, não do corpo. Por isso é importante cuidar também da mente e do espírito para retomar a saúde por completo. E nunca perder o positivismo. O paciente que acredita na possibilidade de sucesso de seu tratamento certamente será mais engajado e seguirá melhor as orientações prescritas, colaborando ativamente para que o resultado seja positivo."



*Texto da revista Abrale (março/abril/maio de 2013). Página 21. Autor não mencionado.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Pós Quimio (15 dias)

Oi gente,

Vim contar como tem sido esses dias após a última quimio. Duas semanas se passaram e tenho me sentido muito bem. Como já falei aqui, estou trabalhando desde a semana passada. Me sinto disposta e não sinto cansaço durante o dia, tenho acordado cedo (05:45) e dormido por volta das 22h. Ontem até fui à academia depois do trabalho, senti uma fraqueza lá, mas tenho quase certeza que foi porque me alimentei mal durante a tarde, não tem relação com as quimios.
Nesses últimos dias, com todas as novidades e distrações, tenho pensado pouco no linfoma. Quando o medo do PET aparece, tento pensar em outra coisa e não focar nisso. Mas, se eu tivesse escolha, não faria um PET nunca mais, não por medo do exame, mas por medo do resultado.
Por outro lado, não quero esquecer o que passei. Tudo foi um aprendizado, muito difícil, mas que com certeza me fez uma pessoa melhor. Ainda não coloquei em prática minha vontade de ajudar alguma instituição que trabalhe com pacientes oncológicos, por enquanto só tenho ajudado a ABRALE financeiramente. Porém, sinto que preciso fazer mais. Sinto que posso fazer mais e que devo fazer mais. Tem gente que precisa só de uma conversa, de aprender um artesanato pra passar o tempo, de repente quer só conhecer alguém que entenda o momento que ela está passando. Enfim, eu posso ajudar e não quero voltar à minha vidinha dentro da caixinha de antes, preciso ser mais útil.

Os cabelos continuam caindo, ainda é cedo para pararem de cair. E continuam sem falhas e sem ninguém perceber que caiu.

Volto depois com mais novidades!

Bjos

quarta-feira, 10 de abril de 2013

De volta ao trabalho!

Oi Pessoas, 

Volto com as notícias boas com anunciei no último post. Voltei a trabalhar ontem. Na verdade eu não voltei,  eu comecei a trabalhar ontem, porque mudei de emprego. Pra quem não me conhece pessoalmente, eu era (até ontem) servidora do governo do DF. E eis que em meio a quimioterapia, aproveitei o tempo que tinha para estudar e fui aprovada em um concurso melhor. Eis que no meio de 40 mil candidatos, consegui o 10º lugar (tô me gabando mesmo rs). Agora começo uma nova fase no serviço público, numa carreira melhor, e com um ambiente de trabalho que, nesse primeiro momento, tem sido muito acolhedor.

Era por causa dessa decisão tão séria que eu precisava tomar (mudar de cargo não tem volta), que eu fiquei preocupada em recomeçar minha vida antes do PET. Foi difícil decidir isso,  passei por vários momentos difíceis desde a aprovação no concurso, muitas vezes achei que a doença não me deixaria usufruir da conquista. Para que você entenda melhor, esse concurso foi feito em novembro de 2012, e homologado (resultado oficial) em janeiro de 2013. A partir da homologação, a nomeação já pode ocorrer, e ocorrendo o candidato tem 30 dias para assumir o cargo.

O órgão tinha pressa em nomear seus novos servidores, mas graças a Deus a burocracia fez com que essa nomeação só ocorresse em 19 de março. Quando meu nome lindo saiu no diário oficial, eu tinha acabado de fazer a 15ª quimio. Meu prazo de 30 dias para assumir o cargo deixou que eu fizesse a 16ª, me recuperasse das reações e então tomasse posse ontem. Na verdade, eu queria que tivesse demorado mais um pouco a nomeação, pra eu poder fazer o PET, mas já é pedir demais também né?

Enfim, estou muito feliz. É uma vida mais que nova!

Volto depois!

Bjos 

domingo, 7 de abril de 2013

Recomeçar!

Oi pessoas, 

Praticamente uma semana se passou após a quimio e estou me sentindo muito bem. O fim de semana foi ótimo, bem divertido e comilão (amanhã de volta a reeducação alimentar, rs).

Algo foi muito difícil pra mim nos últimos dias, conseguir falar que o tratamento acabou. Dizer com fé que a 16ª foi a última sessão. Parece que ainda vai aparecer alguém e dizer Ahhhhhhh pegadinha do malandroooo!!!! Vai ter mais tratamento, se prepare kkkkkk

Minha terapeuta disse que essa minha dificuldade é meu mecanismo de "defesa". Em dezembro eu criei a certeza de que faria apenas 12 sessões e comecei a fazer vários planos pra voltar à rotina, comprei passagens para viajar, queria comemorar o fim do tratamento, e tirei os pés do chão mesmo, vivi de esperança e fé.
Só que eu não sou assim, eu sou racional, gosto de ter os pés no chão, as coisas confirmadas, controladas.
Daí a primeira vez que eu levitei e acreditei em algo que não tinha certeza, eu levei uma rasteira e precisei fazer mais sessões de quimio. 

Então agora, não consigo mais tirar o pé do chão, eu quero ter certeza, provas, fatos, enfim, eu quero um PET limpo pra ter certeza que o linfoma foi embora. Só que PET só no início de maio e eu não posso ficar um mês inteiro ansiosa vendo a vida passar, eu preciso recomeçar, afinal, as quimios acabaram e não temos mais previsão de mais tratamento.

Um pouco antes da última sessão, fui conversar com meu oncologista, pois andava pensando muito sobre esse recomeço. Contei pra ele que tinha medo de fazer planos e tomar decisões sérias nesse pós tratamento e ver tudo por água a baixo de novo, que isso me fez muito mal da primeira vez. Pedi que ele fosse sincero com suas expectativas, se ele acreditava mesmo que estávamos chegando ao fim do tratamento de verdade. Eu sei que meu médico não tem bola de cristal e não pode adivinhar o resultado do meu PET, mas ele me acompanha, acompanhou outros casos e estudou pra isso, então pelo menos um bom palpite ele tem.
A resposta dele foi que meu tratamento foi bem sucedido, disse que eu respondi muito bem ao protocolo de quimioterapia, e é pouquíssimo provável que o PET não esteja limpo. E completou: "Vá viver. Viva planejando sua vida nos 90% de chance da sua doença nunca voltar. Não viva nos 10%". Então, fui seguir o conselho e tomar minhas decisões.

Então, desde sexta-feira quando coloquei os pés no chão, eu recomecei. A ficha 'fim do tratamento' não caiu no automático, mas eu estou forçando-a. Eu terei novidades muito boas essa semana deste recomeço, se Deus quiser. Quando estiver tudo acertado e confirmado venho contar, aguardem!

Bjos 
Fiquem com Deus e 
Excelente semana!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ponto Cruz- Galinha Amarelinha!

Oi Gente, 

estou aqui encantada com meu novo pano de prato que acabei de bordar hoje. Com tanto tempo livre nesses 9 meses de tratamento, eu fiz tricô, crochê e me rendi ao ponto cruz também. O ponto cruz é um bordado muito delicado, que exercita muito nossa paciência. Pra ter uma ideia, cada galinhazinha meiga dessa leva em média 3 horas pra ficar pronta. Contando que bordei 5 galinhas no pano de prato, temos 15 horas de trabalho. Mas muito recompensador, olha que gracinha:

 Um close da galinha:


E se alguém aí quiser se aventurar no ponto cruz, vai aí também o molde da galinha:


Bjos =)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

16ª sessão

Oi Gente, 

Só para avisar que tudo ocorreu bem na 16ª sessão de quimio, que pelas palavras do oncologista será a última. Estou sofrendo um pouco as reações ainda, mas está melhor que a 15ª, que foi bem punk.
Ele me pediu para fazer o PET em 30 dias, devo fazer no comecinho de maio.

Até breve, 

Bjos