terça-feira, 10 de setembro de 2013

FAQ Doação de Medula Óssea*

Quem pode se cadastrar para doação de medula óssea?
Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos que goze de boa saúde. Uma vez no cadastro, poderá ser chamado, se identificado como compatível com algum paciente, até os 60 anos. Por isso, é importante manter os dados cadastrais (endereço, telefone) sempre atualizados.

Como é feito o cadastro?
Conforme informações do Instituto Nacional do Câncer (INCA) o voluntário deve comparecer a um dos Hemocentros dos estados, munido de documento de identificação e realizar um cadastro com os dados pessoais e coletar uma pequena amostra de sangue (5 a 10 ml). No Hemocentro de Brasília o processo é rápido e não precisa ser agendado, busque informações no Hemocentro do seu estado sobre horário de funcionamento para cadastro de doadores.

Para que serve a amostra coletada?
Será realizado o exame de HLA (características genéticas importantes para a seleção de um doador) na amostra coletada. Os dados do doador voluntário serão inseridos no sistema informatizado REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) e sempre que surgir um novo paciente necessitando de doador de medula a compatibilidade será verificada. 
Tudo seria muito fácil e simples, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e receptor. A chance de encontrar um doador compatível é, em média, UMA em CEM MIL!
Por isso, quando mais pessoas cadastradas no REDOME melhor, mais chances de encontrar um doador compatível.

Qual a situação do REDOME atualmente?
"O número de doadores voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros localizados no REDOME. Agora (maio de 2013) há 3,112 milhões de doadores inscritos e o percentual subiu para 70%. O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos Registros dos Estados Unidos (quase 7 milhões de doadores) e da Alemanha (quase 5 milhões de doadores).  A evolução no número de doadores ocorreu devido aos investimentos e campanhas de sensibilização da população, promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados, como o INCA."

Como o paciente que precisa da doação de medula chega ao REDOME?
O médico responsável inscreve as informações do paciente, incluindo o resultado do exame de histocompatibilidade - HLA - (exame que identifica as características genéticas de cada indivíduo), no sistema do REREME (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea).  Imediatamente, a busca é iniciada, fazendo os testes de compatibilidade com os doadores voluntários inscritos no REDOME.

Se for encontrado um voluntário compatível com o paciente, qual o próximo passo?
Quando são identificados possíveis doadores compatíveis, a informação é logo transmitida ao médico, que junto com a equipe do REDOME, analisa os melhores doadores, faz a escolha, e é dado início aos procedimentos de doação. O doador é, então, consultado a DECIDIR quanto à doação e convocado a realizar os testes confirmatórios e avaliação do estado atual de saúde do doador.
O potencial doador deve ser avaliado com exame físico e testes laboratoriais, a fim de garantir a segurança do receptor, evitando transmissão de doenças, bem como a segurança do próprio doador.
Essa avaliação deve considerar idade, sexo, doenças crônicas, avaliação das funções hepáticas e renal, tipagem ABO e HLA, sorologias, vacinações recentes, teste de gravidez, radiografia de tórax, eletrocardiograma e avaliação psiquiátrica.
Confirmada a doação, a retirada das células é feita no hospital habilitado mais perto da residência do doador e transportada até o centro onde será feito o transplante.

E a doação, como é feita?
Existem duas formas de doar as células progenitoras ou células-mãe da medula óssea. Uma relacionada à coleta das células diretamente de dentro da medula óssea (nos ossos da bacia)  e a outra por filtração de células-mãe que passam pelas veias (aférese).

1-A coleta direta da medula óssea é realizada com agulha especial e seringa na região da bacia . Retira-se uma quantidade de medula equivalente à uma bolsa de sangue.
Para que o doador não sinta dor, é realizada anestesia e o procedimento dura em média 60 minutos. A sensação do doador é de média intensidade e permanece em média por uma semana (2 a 14 dias), semelhante a uma queda  ou uma injeção oleosa. Não fica cicatriz, apenas a marca de 3 a 5 furos de agulhas. É importante destacar que não é uma cirurgia, ou seja, não há corte, nem pontos. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para sua casa no dia seguinte.




2- A coleta pela veia é realizada pela máquina de aférese. O doador recebe um medicamento por 5 dias que estimula a multiplicação das células- mãe. Essas células migram da medula para as veias e são filtradas. O processo de filtração dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células. O efeito colateral mais frequente deste procedimento é devido ao uso do medicamento ,que em alguns doadores pode dar  dor no corpo, como uma gripe.




O médico vai informar sobre qual a melhor forma de coleta de células. Dependendo da doença e da fase em que se encontra, o paciente pode se beneficiar mais com uma forma de doação.

O doador por possuir uma medula sadia e bom estado de saúde, reconstituirá o que doou rapidamente e poderá voltar às atividades normais. Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte. A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.

*(Informações compiladas dos sites www.inca.gov.br e www.ameo.org.br)

Veja também uma reportagem e vídeo do G1 sobre o assunto.

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