sexta-feira, 26 de abril de 2013

Um Novo Caminho*

" Receber notícia ruim sempre gera uma reação forte. E no caso da notícia ser o diagnóstico de um câncer, a reação é geralmente um, de dois extremos: ou o paciente começa a morrer naquele momento, ou começa no mesmo instante a se dedicar a viver ao máximo a vida que tem em mãos. "Quase sempre esse conhecimento de uma doença potencialmente fatal é o primeiro contato concreto com a morte. Não importa saber que todos irão morrer um dia; para o paciente com câncer, fica a ideia de que isso só acontecerá com ele, em virtude da doença. E daí parte o comportamento de viver uma vida no extremo - ou de aproveitar, ou de caminhar para o fim", explica a Dra. Maria Teresa Veit, coordenadora do Departamento e Comitê de Psicologia da ABRALE.


Segundo ela, a escolha de uma dessas atitudes é influenciada por diversos fatores, traços de personalidade, história de vida, perspectivas para o futuro, momento do diagnóstico na vida da pessoa, forma como lhe foi dado o diagnóstico, grau de conhecimento sobre possibilidades e prognósticos reais, natureza do tratamento prescrito. "Mas geralmente a primeira atitude é mesmo a de olhar para si, focar no que realmente interessa. Isso pode ser a cura em si e também outra realizações", completa. Infelizmente grande parte das pessoas precisa se deparar com situações limite para olhar melhor para o que está ao redor. Para avaliar se, de fato, vive uma vida confortável, ou se complica na rede de futilidades gerada por uma sociedade envolvida pela febre do consumo, que age muito e reflete pouco. Sinal dos tempos.


Naturalmente, o passo seguinte é conseguir se incluir entre as suas prioridades. " Temos alguns traços culturais, frutos de alguns arquétipos judaico-cristãos, que impedem o cuidado de si, dado que o consideram como um ato egoísta", diz a psicóloga, que acredita que essa dedicação a si mesmo num momento de doença deve ser feito por completo. "A doença é da pessoa, não do corpo. Por isso é importante cuidar também da mente e do espírito para retomar a saúde por completo. E nunca perder o positivismo. O paciente que acredita na possibilidade de sucesso de seu tratamento certamente será mais engajado e seguirá melhor as orientações prescritas, colaborando ativamente para que o resultado seja positivo."



*Texto da revista Abrale (março/abril/maio de 2013). Página 21. Autor não mencionado.

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